segunda-feira, 3 de outubro de 2011




Dança Tribal: “ O Resgate da Alma Feminina”; o Tributo á Grande Mãe Divina
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Hoje quero propor um exercício ou uma vivência; como queiram chamar.

Se você que está lendo é um homem, então se imagine como um caçador ou guerreiro primitivo, dentro de uma floresta, se espreitando por entre as árvores numa noite de lua cheia. Você e seu grupo estão voltando de uma caçada ou batalha e em algum momento vocês escutam sons, gritos, risadas e vozes femininas; escutam sons de sinos e de madeira se tocando e criando sons.

Se você que está lendo é uma mulher; se imagine agora completando o outro lado do “quadro” que os caçadores vêem. Imagine-se nesta noite de lua cheia, numa clareira na floresta, junto a outras mulheres, numa dança alucinante em círculos, que provoca uma grande excitação. Olhe ao redor e perceba que as mulheres com rostos pintados, colares de conchas, ossos, búzios e sementes, sorriem para você. E ao passo que você dança; o ritmo alucinante de flautas de cascas de árvores, o estalido sincrônico

de madeira batendo em madeira e o tilintar dos sinos; além dos gritos que mais parecem grunhidos de animais selvagens aos poucos induz você a um transe e você se sente sumir por completo, se misturando àqueles árvores, á luz da lua cheia, ás águas dos rios e aos animais noturnos. Você gira e o Mundo gira também aumentando a sensação de entrega total de si. Estas sensações apesar de serem fortes, não duram muito e aos poucos a cantoria e os ritmos se desaceleram; mesmo ofegante você se acalma e começa a perceber as mulheres a sua volta. Nota as mais velhas, com rugas e corpos seminus, já com as marcas do tempo; observa então, as mulheres mais jovens com o vigor e a beleza da juventude. Vê também as meninas, pouco mais que crianças, mas, nota nelas a força de guerreiras. Você olha para essas mulheres e se vê em todas elas; como a Anciã, a Mãe, a Bruxa, a Filha, a Guerreira e a Sacerdotisa.

Você sente seu Amor por elas e este sentimento é recíproco. Porque uma deve cuidar da outra. Porque vocês são a Senhora da Vida no Planeta.

Agora se veja sendo observada pelos caçadores e guerreiros que estão escondidos entre as árvores. Note a curiosidade que eles sentem a contemplar todo este poder. Agora, se reconheça, se aceite, se ame e principalmente se respeite; pois, você é uma parte importante da criação!

Dança Tribal

Quando conheci a Dança Tribal, não tinha idéia do impacto que isto causaria na minha vida. Via mulheres dançando com roupas rústicas, rostos marcados, dreads no cabelo e tatuagens, muitas tatuagens. A princípio, senti repulsa daquelas mulheres, até então prá mim, gordas, sem graça e mal arrumadas.

Os meses foram se passando lentamente e aos poucos o vírus do inconformismo não me deixou em paz. Não me conformava com “aquelas Bruxas” dizendo-se dançarinas. – Não da minha Dança do Ventre!

Isto estava me incomodando tanto que quis saber o que levava uma mulher ser daquela forma.

Comecei assistir vídeos e ler sobre o estilo Tribal em sites e passei a pesquisar tudo o que podia sobre o assunto.

Foi então que em uma dessas buscas, encontrei nada menos, nada mais que Raquel Brice. Fiquei estática ao ver aquele ser “invertebrado” deslizando sobre o palco. Momentos depois eu já sentia o ritmo daquela música em mim. Pronto! Estava enfeitiçada. Comecei seguir os passos desta que me surpreendeu tanto. Comecei abrir o Véu e atravessei um Universo de pelo menos 8 a 10 mil anos atrás.

E outras começaram aparecer pra mim trazendo pequenos toques indianos, africanos, flamencos, gregos, celtas, árabes e egípcios. Num dado momento, estava assistindo uma apresentação de Tribal onde podia observar os mais variados tipos de mulheres, das mais variadas idades, com a aparência tão misturada e harmônica ao mesmo tempo.

Vi também como se olhavam, magra, jovem ou gorda e feia não importa. Elas se admiram e se gostam. Elas se respeitam. Não existia mais a branca ou negra, nem a japonesa ou árabe. Eram todas da mesma Tribo! Naquele exato momento vi o “Espírito da Tribo Ancestral” que elas representavam. Neste momento, descobri a verdadeira essência da Dança tribal: a união, a amizade, o respeito, o companheirismo e a doação de si mesmo.

Eu vi que aquelas mulheres estavam resgatando a Cultura Ancestral do Mundo e que devia respeitá-las. E notei que aquelas mulheres eram tão lindas juntas e com seus defeitos, entretanto, estariam horrendas talvez numa coreografia de Belly Dance tradicional; porque neste momento percebi que neste estilo específico ( Belly Dance) existe uma preferência pela estética perfeita dos corpos magros e roupas caras. Tudo muito “perfeitinho”; desde que se pague muito!

Hoje vejo as mulheres da Dança Tribal como as Mães, as Bruxas; aquelas que criaram e recriam o mundo todos os dias.

Sei que todos nós precisamos ganhar dinheiro para o nosso sustento, mas acho um pouco demais, rotular as pessoas como se fossem mercadorias numa vitrine.

Hoje tenho que confessar: Amo o Tribal!

Não estou desfazendo de tudo o que aprendi antes, mas, está claro que o estilo Tribal veio resgatar o Espírito da Mãe Interna. Fez ressurgir o Poder da Grande Mãe.

Então, só posso dizer uma coisa: Primeiro conheça o Tribal para depois formar uma opinião justa sobre este Estilo. Busque sua Mãe Interna e faça as pazes com Ela. Você verá que o Universo abrirá os braços pra você. E seja Feliz !!!

Daisy Gaia

















Olá meninas, encontrei este artigo num site muito bom (http://www.centraldancadoventre.com.br/a-danca-do-ventre/historia-no-mundo) e resolvi passar pra vocês por ser escrito por uma das primeiras profissionais da Dança no Brasil.

Originalmente o nome da Dança do Ventre é Racks el Sharqi, cujo significado do árabe é Dança do Leste. Posteriormente este nome foi traduzido pelos franceses como Danse du Ventre e pelos norte-americanos como Belly Dance.

Chegou ao Brasil, portanto, como Dança do Ventre, ou Dança Oriental Árabe ou ainda Dança do Leste que seria a forma mais correta de chamá-la, de acordo com a tradução do árabe para o português.

Segundo SHAHRAZAD, a pioneira da Dança do Ventre no Brasil, Dança do Leste foi o nome dado a esta dança porque “significa onde o sol nasce, de onde a mulher recebe as energias e o poder do Sol”.

Origem

A Dança do Ventre é uma dança de origem oriental, cujo surgimento exato em termos de localização histórica e geográfica nos é desconhecida. Ou seja, não se sabe ao certo onde e nem quando a Dança do Ventre se originou.

A literatura histórica sobre este assunto é escassa e duvidosa, e os poucos autores que se arriscaram a escrever sobre isso concordam.

Há poucos documentos e registros que atestam o passado histórico da Dança do Ventre.

Devido à dificuldade de encontrar informações confiáveis, surgem diversas interpretações, teorias e hipóteses.

A mais aceita delas diz que a Dança do Ventre surgiu no Antigo Egito, em rituais, cultos religiosos, onde as mulheres dançavam em reverência a deusas.

Com movimentos ondulatórios e batidos de quadril, as mulheres reverenciavam a fertilidade, celebravam a vida.

Ou seja, tratava-se de uma dança ritualística, em caráter religioso, sem apresentações em público.

Essas mulheres reverenciavam as deusas que acreditavam ser as responsáveis pela vida da terra, pela vida gerada no ventre da mulher, e pelos ciclos da natureza.

Há quem diga que ao dançarem as mulheres também se preparavam para ser mães, já que a movimentação da Dança do Ventre ajudava a fortalecer a região pélvica, facilitando o parto.

Dizem que quando os árabes invadiram o Egito, eles se apropriaram da Dança do Ventre e a disseminaram para o resto do mundo.

Características Antigas e Atuais

Esse caráter religioso da Dança do Ventre, a qual era realizada em rituais sagrados em homenagens a deusas, modificou-se.

Raramente a Dança do Ventre hoje é praticada como um ritual religioso, mesmo que muitos ainda a vejam como uma prática sagrada.

A característica mais evidente hoje da Dança do Ventre é cultural, artística e profissional.

Cultural porque ela faz parte da tradição, do patrimônio cultural de muitos países, principalmente árabes, nos quais a dança é transmitida de uma geração a outra.

Neste sentido, poderíamos dizer que a Dança do Ventre tem o mesmo significado para os países árabes que o tango tem para a Argentina, o flamenco para a Espanha e o samba para o Brasil. São danças que compõem o patrimônio cultural de cada país.

A característica artística e profissional da Dança do Ventre se manifesta nas pessoas que a estudam, treinam, ensinam, se apresentam. Ou seja, quando a Dança do Ventre se transforma na profissão de muitas pessoas.

Isso acontece atualmente tanto nos paises árabes quanto nos paises ocidentais, onde há bailarinas e professoras de Dança do Ventre.

No passado histórico supõe-se que a Dança do Ventre tivesse caráter informal de aprendizagem. Ou seja, não havia escolas que ensinavam a dançar, fato que é muito diferente do que ocorre hoje.

Tampouco havia preocupações quanto à sua técnica, quanto à sua forma de realização.

Era basicamente uma dança de caráter sagrado praticada somente por mulheres, nas quais umas aprendiam com as outras informalmente, não necessitando de aulas para tal.

Muitos anos após seu provável surgimento, a Dança do Ventre passou por muitas e diversas influências culturais de diferentes épocas e países, e sofreu as alterações de países ocidentais onde ela chegou.

Por exemplo, podemos dizer que as suas características de aprendizagem e de realização modificaram-se bastante.

Atualmente, principalmente no ocidente quando uma mulher quer aprender a Dança do Ventre, ela geralmente faz aulas, estuda, ensaia, treina. O que mostra sua característica de dança artística.

Improvisada ou coreografada?

Provavelmente em sua origem a Dança do Ventre não era coreografada. Ela era uma dança improvisada, que surgia de acordo com os sentimentos, criatividade e reverência no momento de sua execução.

Hoje, como sabemos, ao assistir ou elaborar uma apresentação, ela pode ser coreografada ou improvisada. Isso depende da escolha da bailarina, da adequação ao local ou tipo de evento da apresentação.

A Dança do Ventre no Mundo Hoje

A partir do final do século XX, tem-se observado um crescente interesse do Ocidente pela Dança do Ventre, ou seja, em paises americanos como o Brasil e EUA, e em paises europeus como a Espanha, Portugal e França, entre outros.
Este interesse se deve talvez ao fato de a Dança do Ventre ser muito diferente das danças praticadas no Ocidente, exigindo uma movimentação e uma estética diferentes das outras danças, assim como as características musicais.

De acordo com a bailarina e professora HAYAT EL HELWA “A dança foi vista na Europa pela primeira vez na Mostra Mundial de Paris em 1889, onde foram trazidos diversos artistas de rua, algerianos, para se apresentarem na mostra”.

Nos países árabes atualmente as apresentações de Dança do Ventre ocorrem em diversos lugares como casas de shows, teatros e nihgt clubs (que geralmente ficam em hotéis cinco estrelas).

Inclusive muitas bailarinas brasileiras quando vão trabalhar nos países árabes como o Egito, é nestes hotéis cinco estrelas que elas se apresentam.

Sobre as apresentações, ainda é importante dizer que elas ocorrem geralmente no palco destes lugares, e quase sempre com uma banda composta de muitos músicos. Geralmente cada bailarina tem sua própria banda para acompanhá-la.
http://www.centraldancadoventre.com.br/a-danca-do-ventre/historia-no-mundo

Fotos: Daisy Gaia